Politecnia e outros temas: um olhar sobre os Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia
Organização: Claudia Freitas Reis
PREFÁCIO
A presente obra é fruto das discussões realizadas, em 2019, pelo Grupo de Estudo e Pesquisa Linguagem e Contemporaneidade, o GELIC, grupo que coordeno, o que justifica o nome que referenda as questões da Linguagem. Em 2017, um ano depois da minha entrada como professora efetiva no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo, no campus Araraquara, em conversa com o também recém chegado professor Rafhael Borgato, vimos a necessidade de articular algum tipo de ação que nos permitisse, imersos em duas grandes áreas predominantes no câmpus – indústria e informática – seguir fazendo pesquisa em nossas áreas, no nosso caso particular, Linguística e Literatura. Um lugar comum, que poderia abrir espaço para pesquisadores de qualquer área era a linguagem, afinal, estamos todos imersos nesse mundo simbólico. Segundo Orlandi, “por ser um ser simbólico, o homem constituindo-se em sujeito pela e na linguagem, que se inscreve na história para significar, e tem seu corpo atado ao corpo dos sentidos”1 . Não há como escapar! No movimento de interpretação do mundo que nos circunda, seja nas práticas cotidianas, seja no exercício intelectual, estamos produzindo e significando; estamos movimentando a linguagem em todas as suas possibilidades materiais, já que ela é “um fenômeno histórico que funciona segundo um conjunto de regularidades, socialmente construídas, que se cruzam e podem ir permitindo mudanças nos fatos sem que isso possa ser visto como desvio ou quebra de uma regra.”2
Assim, com essa proposta de ter a linguagem como eixo do nosso olhar para as mesmas questões, conversando com outros colegas, também entusiastas da pesquisa, e se apropriando de um tema que eu estava estudando naquele momento, decidimos estudar a questão das Cibercidades, o primeiro tema do grupo. Naquele momento, julho de 2017, éramos um grupo ainda tímido: Juliana Leitão, que pensava do lugar da Arte e da Educação; Fernando Duarte, especialista da área da Informática e eu. Nos anos seguintes o grupo ganhou mais corpo e tivemos a saída e a entrada de novos membros o que foi imprimindo o caráter inter/trans/multidisciplinar ao grupo, já que ali estavam linguistas, letrólogos, historiadores, pedagogos, geógrafos, sociólogos, cientistas da informação, químicos, todos interessados em estudar, todos conectados pelo desejo em pensar a ciência, em suas mais diversas possibilidades; todos buscando um lugar de fala, a partir de suas vivências e perspectivas, um espaço para contribuir, mesmo que localmente, com aquilo que nos juntava: a relação com a linguagem, mas, sobretudo, a educação. Éramos, então, servidores qualificados, com uma bagagem de produção acadêmica importante e que buscava espaço para manter as atividades de pesquisa e para externar nossas questões sobre a relação com o ensino, pesquisa e extensão. Neste sentido, atuarmos no IFSP nos possibilitou concretizar atividades que englobam a tríade ensino-pesquisaextensão com um olhar técnico e, sobretudo, humano. É por essa multiplicidade de vozes e interesses que construímos nosso grupo e é por esse olhar que propomos a construção deste livro.
Claudia Freitas Reis
Ano de lançamento | 2021 |
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ISBN | 978-65-5869-213-3 |
ISBN [e-book] | 978-65-5869-214-0 |
Número de páginas | 181 |
Organização | Claudia Freitas Reis |
Formato |