Como folha rasteira que ocupa com paciência espaço-tempo, sou neste livro a homenagem, o caminho aberto, o compromisso e o acreditar. Peço a benção às mais velhas, às matriarcas, Yabás e Babás que permitem esse encontro. Nesta oportunidade, o trabalho desenvolvido como pesquisa de mestrado interdisciplinar em Estudos Latino-americanos, na UNILA- Universidade Federal da Integração Latino-amerciana, alcança novas possibilidades, materializa uma conquista, resultado de um projeto de produção e difusão cultural premiado pelo Fundo Municipal de Incentivo à Cultura de Foz do Iguaçu/PR. Doutoranda em Letras – Linguagem e Sociedade pela Universidade estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE, ouso marcar páginas com letras negras e registrar um modo de nutrir Ewebela, cria de povos tradicionais, filha de asé, dos pés vermelhos banhados pelas águas de Itaipu. A pescadora de histórias, todo tempo, na ginga, mãe e filha.
Gerida pelo (re) existir, pelo movimento e por uma corporalidade que se afeta e germina em caminhos ancestrais, compartilho nesta publicação uma construção narrativa que habita a encruza. Cria de atrevivências, este fazer estabelece pontes na orientação e na prática do escreviver fundamentado por Conceição Evaristo. Em contexto fronteiriço atenta as barreiras relacionais, raciais, de gênero, territorialidade e classe, que conformam um cenário histórico de desigualdades e lutas, busco multiplicar transbordamentos. Aqui os afetos são alimento umbigados na guia da pesquisadora maternante. O resultado desse exercício é um parto de aquilombamento, um lugar de encontro e mergulho de sentir devir ancestral, um modo de seguir e ser entre elas.
