Observatório da violência nas escolas: cotidiano escolar – entre saberes e desencontros das práticas pedagógicas de socialização e prevenção de violência
Organização: Doracina Aparecida de Castro Araujo, Elson Luiz de Araujo
PREFÁCIO
Prefaciar um livro é sempre uma tarefa árdua, pois, conforme os rituais dos impressos, sua atuação incide em apresentar os seus autores e o seu conteúdo. Diante de tamanha empreitada, confesso, de imediato, que a fragilidade da minha escrita jamais dará conta de dimensionar a importância dos trabalhos aqui compilados, quer pela minha relação de afeto, respeito e admiração pelos autores, a começar pelos organizadores desta coletânea, quer pelo fato de ter integrado, ainda que timidamente, o projeto de pesquisa cujos resultados são, parcialmente2 e oportunamente, apresentados.
O projeto aludido, financiado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes/OBEDUC), teve como título “Observatório da violência nas escolas: cotidiano escolar – entre saberes e desencontros das práticas pedagógicas de socialização e de prevenção da violência nas escolas de Ensino Fundamental e Médio”, demarcando suas ações de investigação- formação-experimentação no âmbito de um município sul-matogrossense: Paranaíba. Esta delimitação foi, a meu ver, louvável, pois sinaliza o compromisso político e social da universidade com o seu entorno, atentando-se à aproximação necessária entre Educação Superior e Educação Básica com vistas ao debate e à produção de saberes e práticas pedagógicas relacionadas à problemática da violência na/da e contra a escola.
Sem perder de vista as discussões e implicações globais acerca da violência no cotidiano das escolas, o projeto, que teve duração de maio de 2013 a maio de 2017, envidou esforços para pesquisar-atuar no contexto local, buscando, simultaneamente, contribuir para a produção do conhecimento e para o desenvolvimento de atividades de formação e reflexão docente, de diálogo com alunos e pais/responsáveis, de valorização de expressões culturais marginalizadas, dentre outras.
Para tanto, esta pesquisa interinstitucional envolveu quatro instituições de ensino superior (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul; Universidade Federal de Mato Grosso do Sul; Universidade Federal da Grande Dourados; Faculdades Integradas de Paranaíba) e seis escolas de Educação Básica da rede estadual de ensino. Quanto aos participantes, contou com 10 professores pesquisadores, 7 alunos bolsistas de pós-graduação stricto sensu em Educação, 11 alunos bolsistas de graduação, 7 alunos de graduação, 54 professores e cerca de 3.150 alunos da Educação Básica, além dos pais/responsáveis destes últimos, vinculados direta e indiretamente nas atividades realizadas.
Portanto, os nove textos aqui agrupados retratam, com objetos e enfoques teóricos diversos, inúmeras outras vozes (por vezes, gritos!), analisando centelhas de conhecimentos, impressões, situações, (in)disciplinas, arenas de saber-poder, culturas escolares, in/exclusões, redes sociais, temas transversais, intervenções (re)produzidas no cotidiano escolar, num movimento de identificação dos dilemas relacionadas à violência e de reflexão teórica e prática construída, colaborativamente, com os sujeitos docentes e discentes no “chão” da escola básica.
Textos que nos envolve e nos motiva a sair de um estado letárgico que tem assolado a área educacional, sobretudo nos “tempos temerosos” em que vivemos, para nos implicarmos, especificamente, com as questões atinentes à violência escolar, de modo à desbanalizá-la e desnaturalizá-la.
Assim, agradeço aos organizadores e aos autores – com os quais tive a honra e o privilégio de conviver intensamente e, nesse processo, assumir a luta em defesa da educação enquanto processo social de formação humana – pela confiança em mim depositada para disparar apenas alguns indicativos da potencialidade do conteúdo desta coletânea. Por fim, brindo aos leitores agraciados deste livro, que têm em mãos um instrumento com dados de pesquisa problematizadores para (re)pensar a violência escolar.
Dourados/MS, primavera de 2017.
Washington Cesar Shoiti Nozu
Ano de lançamento | 2017 |
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ISBN | 978-85-7993-457-5 |
ISBN [e-book] | 978-85-7993-458-2 |
Número de páginas | 218 |
Organização | Doracina Aparecida de Castro Araujo, Elson Luiz de Araujo |
Formato |