Cartas à Carolina: o quarto de despejo muito nos ensina

Organização: Alan Silus, Camila Lopes

APRESENTAÇÃO

Campo Grande – MS, junho de 2021.

Estimada Carolina

Aqui quem vos fala é um jovem professor que a conheceu por meio de seus escritos em uma postagem de uma rede social no ano de 2019, muito antes desta pandemia que nos assola.

Quando ouvi falar em Quarto de Despejo: diário de uma favelada pela primeira vez, logo quis ler seu livro, mas, com as adversidades da profissão, acabei postergando essa atividade para quase dois anos depois.

Fiz a leitura de seus relatos enquanto fazia uma longa viagem e, a cada diário ia me questionando da atualidade de sua escritura. Desde a primeira anotação em 1955 já se passaram mais de 60 anos, percebi que a soma das desigualdades e desesperanças vividas por você ainda são frequentes em nosso país.

Você foi uma guerreira de mão cheia, minha querida!

Bem… Passado alguns meses da leitura de seu diário, ministrei a disciplina Leitura e Produção de Textos I no Curso de Pedagogia do Centro Universitário da Grande Dourados – UNIGRAN e, na ocasião, utilizei como um dos instrumentos avaliativos, alguns dias dos seus relatos.

Acreditei que fazer com que os estudantes compreendessem algumas das questões sociais que estão presentes no país desde o passado, seria uma boa forma de pensar a formação pessoal e docente de cada um deles. Por isso, pedi que ao final da leitura, cada uma respondesse aos seus escritos com uma carta.

Dessas cartas, reuni algumas neste compêndio que lhe dedico, pois, há um relato de jovens futuras professoras, compromissadas e preocupadas com a situação sociocultural de nossa nação e que, a partir da leitura de Quarto de Despejo, respondem a você com base nas angústias e tensões vividas por elas.

Espero que essas cartas cheguem a todas e todos aqueles que por alguma questão dividam ou se reconheçam no seu ato corajoso, no seu esforço em criar os filhos, na luta por uma vida e dias melhores. Encerro essa missiva dizendo a boa e célebre frase, com alguns adendos meus: (Com você, aprendemos que) a esperança é a última que morre.

Receba meu carinho e admiração!

Com o intento que o verbo esperançar se concretize (todos os dias),

Alan Silus
Professor do Centro Universitário da Grande Dourados – UNIGRAN

Ano de lançamento

2021

ISBN [e-book]

978-65-5869-430-4

Número de páginas

50

Organização

Alan Silus, Camila Lopes

Formato