Dialogando história, cultura e memória: vestígios e possibilidades
Organização: Augusto Borges, Cássia Maria Popolin, Rodrigo dos Santos
APRESENTAÇÃO
Rodrigo dos Santos
Augusto Borges
Cássia Maria Popolin
Tiago Boruch
“[…] A memória não é boa e nem má. A memória simplesmente é: não podemos decidir se teremos ou não memória, e só conseguimos controlar parcialmente o seu conteúdo e o seu funcionamento” (PORTELLI, 2016, p. 45).
Em abril de 2021 a partir de uma chamada do evento XV Semana de História, X Seminário de Estudos Étnico-Raciais e VII Jornada de Integração Graduação e Pós-Graduação, organizada pela Universidade Estadual do Centro-Oeste (UNICENTRO) realizamos a proposição do Simpósio Temático: História, Cultura e Memória. O nosso objetivo era promover um espaço de debates a partir das pesquisas desenvolvidas/concluídas no doutorado na Universidade Estadual de Maringá (UEM).
Depois de algumas discussões virtuais, principalmente por meio de um comunicador instantâneo, devido a pandemia que vivemos e as distâncias que nos separam (estamos em três lugares distintos: Guarapuava, Irati e Londrina), chegamos ao nome do simpósio e posteriormente ao e-book.
Entendemos a escrita da história como uma reconstrução de um passado, entre tantos possíveis, respondendo anseios do presente, pois ela só faz sentido se tiver isso como propósito. Para isso, utilizamos as discussões de Bloch (2001), pensando a história, e consequentemente sua escrita, como uma ciência dos seres humanos em um tempo e um espaço.
A segunda categoria empregada no título que deu nome ao simpósio e a essa obra é a cultura, que pode ser percebida a partir de Certeau (1998; 2012) de forma múltipla, plural e circular, não sendo visualizada apenas como erudita e popular, ou ainda, somente nas artes ou literatura, mas nas práticas cotidianas de sujeitos que sobrevivem, lutam e sonham.
Enquanto a memória, pode ser problematizada por Le Goff (2003) e Candau (2011), considerando também as proposições de Portelli (2016) e Pollak (1989; 1992) pensando-a como construções, silenciamentos e esquecimentos. A memória não é história, mas pode ser utilizada como uma fonte para sua escrita.
de ser utilizada como uma fonte para sua escrita. O objetivo desse material é fomentar novas reflexões, além das que já estão aqui presentes, tendo como princípio os Estudos Culturais, dialogando com duas, ou mais interfaces, entre história, cultura e memória, nas diversas áreas de conhecimento, oriundas das mais variadas fontes: literatura, fotografia, cinema, música, imprensa e entrevista; priorizando questões identitárias, imigratórias e patrimoniais
Por fim, queremos agradecer aos autores e autoras da obra, e convidamos a leitura, desejando reflexões proveitosas.
Ainda em tempos de pandemia,
Agosto de 2021
Referências
BLOCH, Marc. Apologia da história ou o ofício do historiador. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001. 10 CANDAU, Joel. Memória e identidade. São Paulo: Contexto, 2011.
CERTEAU, Michel de. A invenção do cotidiano. Vol. 1. Petrópolis: Vozes, 1998.
CERTEAU, Michel de. A cultura no plural. Campinas: Papirus, 2012. LE GOFF, Jacques. História e memória. Campinas: UNICAMP, 2003.
POLLAK, Michael. Memória, esquecimento, silêncio. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, v. 2, n. 3, 1989, p. 3-15.
POLLAK, Michael. Memória e identidade social. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, v. 5, n. 10, 1992, p. 200-212.
PORTELLI, Alessandro. História oral como arte da escuta. São Paulo: Letra e Voz, 2016.
Ano de lançamento | 2021 |
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ISBN [e-book] | 978-65-5869-469-4 |
Número de páginas | 201 |
Organização | Augusto Borges, Cássia Maria Popolin, Rodrigo dos Santos |
Formato |