Linhas e marcas cinquentenárias na produção de conhecimentos em serviço social. Volume 1

Organização: Aldaíza Sposati

CRONOS: PREFÁCIO

Ao trazer CRONOS para abertura desta construção, sobre os 50 anos do Programa de Pós-Graduação em Serviço Social -PPGSS da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo-PUCSP, não significa que este estudo adote direção mitológica, embora, seguramente, a postura de coragem e luta, do Titã CRONOS, filho de Urano e Gaia, possa vir a representar as forças múltiplas que se fizeram necessárias na trajetória do PPGSS da PUCSP. O tempo desse espaço histórico é um movimento múltiplo que resultou na presença do Serviço Social na academia e no Ministério da Educação, como área de conhecimento científico. A regulação do ensino do Serviço Social para formação graduada não alcançara esse reconhecimento. Foi a inclusão do Serviço Social na Reforma Universitária, processo adotado de modo inaugural pelas Pontifícias Universidades Católicas, do Rio de Janeiro e de São Paulo que, ao possibilitar a titulação de mestres e doutores nessa área, concretizou a carreira docente no ensino do Serviço Social.

O cinquentenário do PPGSS põe em evidência um processo histórico de cinco décadas dos anos 1970 a 2020, onde lutas, mas também, sucessos foram impressos em seus propósitos e resultados. Nesse processo iniciado pela instalação do Serviço Social no Brasil, em São Paulo e, por um Centro de Estudos agregado a Pontifícia Universidade Católica, após 35 anos de funcionamento ganhou um novo estatuto: passou a ser parte constitutiva da Universidade.

Para que dúvidas não pairem, a pós-graduação em Serviço Social na PUCSP tem suas atividades iniciadas, em 1971, antes do seu reconhecimento pelo Conselho Nacional de Educação-CNE. Este, para o curso de mestrado, ocorreu somente em 1978. O Parecer CNE nº 66/77, deixa essa data claramente assentada. No segundo semestre de 1971, ainda no espaço da Escola de Serviço Social, ocorreu encontro de chamamento de assistentes sociais, ocasião em que lhes foi apresentada a proposta de início do stricto sensu em Serviço Social e organizadas sessões de análises e debates. Candidatos se apresentaram desde professores da graduação em Serviço Social até outros, os quais poderiam ser alcunhados, guardadas as distâncias, de intelectualidade do Serviço Social paulista. Esse fato foi testemunhado em 1971-2 por esta pesquisadora que ministrava aulas na Rua Sabará, como pode ser confirmado no texto da dissertação de Irani Silva de Oliveira, de 1983, orientada por Helena Junqueira. Este estudo detalha essa contribuição.

À época o credenciamento no CNE de um curso de pós-graduação, implicava em que desse início às suas atividades e, só após dois anos de funcionamento, fosse requerido seu credenciamento junto ao CNE. Nesse momento, demonstrar em exercício a capacidade de funcionamento era um critério necessário para ser credenciado. A PUCSP enviou ao CNE, sua proposta do curso de pós-graduação em Serviço Social, somente em 1976 e seu credenciamento ocorreu em 1978, após diligências de Comissão, enviada pelo CNE para aferir, in loco, suas efetivas condições de operação conforme as disposições legais1 . Seu recredenciamento, proposto para o prazo de cinco anos (1983), ocorreu somente em 1993.

A construção da trajetória do PPGSS da PUCSP mostra que ela não deve ser tratada como um fato em si, isto é, isolado do conjunto de forças e circunstâncias político-ideológicas. A manifestação dessas forças já estava posta na década de 30 pela Ação Social Católica. A formação em Serviço Social no terceiro grau, instala-se no Brasil quatro décadas após a experiência americana e europeia. A Escola de Serviço Social pioneira, a New Yorker School of Social Work, foi instalada por Richmond, em 1898, na Universidade de Columbia de Nova York, incorporando a formação em mestrado concomitantemente à graduação. A proposta americana foi a de disseminar seu modelo de formação por meio da titulação de mestres atribuída a docentes de Serviço Social na América Latina. O fortalecimento da formação em graduação em Serviço Social no Brasil, iniciada no campo privado católico, diferia de iniciativas americanas e europeias, estas com vínculos religiosos com o protestantismo. Diferia ainda, pelo modo de institucionalização em escolas isoladas, afastadas de Universidades.

A formação em Serviço Social no terceiro grau, instala-se no Brasil quatro décadas após a experiência americana e europeia. A Escola de Serviço Social pioneira, a New Yorker School of Social Work, foi instalada por Richmond, em 1898, na Universidade de Columbia de Nova York, incorporando a formação em mestrado concomitantemente à graduação. A proposta americana foi a de disseminar seu modelo de formação por meio da titulação de mestres atribuída a docentes de Serviço Social na América Latina.

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Ano de lançamento

2021

ISBN

978-65-5869-506-6

ISBN [e-book]

978-65-5869-505-9

Número de páginas

206

Organização

Aldaíza Sposati

Formato