Palavras: epistemologias bakhtinianas V EEBA (Encontro de Estudos Bakhtinianos). Volume Único
Organização: GEDISC/UFLA/CNPq - Grupo de Estudos Discursivos sobre o Círculo de Bakhtin
DIÁLOGOS POSSÍVEIS ENTRE OS CONCEITOS BAKHTINIANOS E A PESQUISA ETNOGRÁFICA EM EDUCAÇÃO
Cleuzilaine Vieira da Silva1
Maria De Fátima Cardoso Gomes2
Resumo: neste texto, apresentamos a partir do projeto de tese intitulado “’O outro para o outro’: relações discursivas entre o professor ouvinte, o intérprete de LIBRAS e o aluno surdo”, um diálogo entre a teoria de Bakhtin e seu Círculo e a pesquisa Etnográfica em Educação, constituindo assim, uma perspectiva teóricometodológica de investigação. Para tanto, é explicitado inicialmente as partes do projeto de tese, que serviram de base para escrita do presente trabalho. Logo, é apresentada a definição de pesquisa etnográfica e a relação com a teoria Bakhtiniana. E, por último, apresentamos os conceitos de Bakhtin e seu Círculo e suas articulações com a pesquisa etnográfica em educação. Por estar em andamento, vislumbra-se que o presente trabalho possa contribuir com futuros trabalhos de abordagem teórico-metodológica como a pesquisa etnográfica. Palavras-chave: Etnografia em Educação. Conceitos Bakhtinianos. Perspectiva Histórico-cultural.
Introdução
O presente artigo faz parte do projeto de tese intitulado “‘O outro para o outro’: relações discursivas entre o professor ouvinte, o intérprete de LIBRAS e o aluno surdo”.O projeto tem como objetivo geral investigar sobre as relações discursivas entre os três sujeitos, evidenciando como são construídas/formadas as subjetividades destes no cotidiano da sala de aula na escola inclusiva. É importante salientar que a proposta de pesquisa faz parte das produções acadêmicas do GEPSA – Grupo de Estudos e Pesquisa em Psicologia Histórico-Cultural na Sala de Aula e que se encontra em consonância com a linha de pesquisa “Psicologia, Psicanálise e Educação” da Pós-graduação em Educação: conhecimento e inclusão social, da Universidade Federal de Minas Gerais-UFMG. Embora a pesquisa ainda esteja em andamento, já se pode vislumbrar algumas contribuições teóricometodológicas com base no arcabouço teórico de Bakhtin e seu Círculo.
Ao localizar o professor ouvinte na sala de aula inclusiva, apresentamos também os medos e anseios deste profissional frente ao desafio do ensinar e também do aprender na perspectiva/visão do outro – aluno surdo. Imagine-se enquanto professor que ao ser designado para sua sala de aula, você descobre que possui um aluno que fala outra língua (diferente da sua em modalidade e estrutura), e que este aluno possui um acompanhante que estará presente em todas as suas aulas, e mais, esse acompanhante, de certa forma, atrai a atenção dos outros alunos da turma devido ao seu trabalho como intérprete. Essa situação se refere em específico ao aluno surdo, ao TILSP – Tradutor Intérprete de Língua Portuguesa de LIBRAS e ao professor ouvinte.
O tema-problema que constitui o projeto de pesquisa gira em torno da construção das subjetividades e das relações discursivas do TILSP, aluno surdo e professor ouvinte. Na sala de aula inclusiva os desafios nos processos de ensino e de aprendizagem, e da tradução e interpretação são vivenciados de forma diferente por cada sujeito. Assim, questiona-se como o professor ouvinte se constrói na sua vivência com o diferente e o inusitado; como o aluno surdo se constrói socialmente nesse espaço, sendo muitas vezes caracterizado como minoria linguística, e o TILSP ? como é visto pelo professor ouvinte e pelo aluno surdo na sua tarefa tradutória, que envolve o conhecimento de duas culturas, a dos surdos e a dos ouvintes?
Ano de lançamento | 2021 |
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ISBN [e-book] | 978-65-5869-175-4 |
Número de páginas | 563 |
Organização | GEDISC/UFLA/CNPq – Grupo de Estudos Discursivos sobre o Círculo de Bakhtin |
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